domingo, 27 de fevereiro de 2011

The neighbor smokes/Texto em Portugues abaixo

So the downstairs neighbor smokes. And the smoke comes right through our windows - which we have to leave open since it is quite warm in here. As soon as we smell the smoke we close the windows as fast as we can and turn on the fan, in an attempt to preserve our lungs and our sanity.
I guess he is on his right to do whatever he wants in his apartment. But how far do his rights go? Where does my right to breath clean air in my own home begin? Hard to answer.
I am so grateful for the law prohibiting smoking in closed, public spaces. I am so thankful when this law is in fact respected. (Dear friends from US, I have to remind you that in Brazil there is a huge difference from there being a law and it being observed...) I appreciate the fact that in the apartment complex where we lived in US renters were not allowed to smoke inside the building. But now I am so disappointed to have won the lottery of finding an apartment right above someone who smokes inside his apartment and sends the smoke to the air I have to breath.
One is not allowed to smoke in the public areas of the building (hallways, lobby, etc) but inside one's own apartment who can tell him or her what to do or not to do? And who can obligate me to inhale smoke that wish I didn't have to?
This thing of living in society is tricky. The closer we live to people the more complicated it gets. But who can live without it? The neighbor who bothers the most might end up saving my day sometime... who knows?

Texto em Português
E o vizinho de baixo fuma. E a fumaça vem parar aqui em casa, já que temos que deixar as janelas abertas por causa do calor. Tão logo a gente sinte os primeiros sinais do cheiro de cigarro, fechamos as janelas o mais rápido que pudemos e ligamos o ventilador, numa tentativa desesperada de manter intactos nossos pulmões e nossa sanidade mental.
Acho que ele (o vizinho) está no seu direito de fazer o que bem entender no apartamento que lhe pertence. Mas até onde vai esse direito? Onde será que começa o meu direito de respirar sem fumaça na minha própria casa? Fica difícil de responder.
Eu agradeço pela lei que proibe fumar em locais públicos fechados e agradeço mais ainda quando essa lei é de fato respeitada. Afinal, no Brasil infelizmente existe uma grande diferença entra existir uma lei e esta ser cumprida na realidade. No prédio de apartamentos onde morávamos nos EUA os inquilinos eram proibidos de fumar dentro do prédio, talvez até para evitar o risco de incêndio. Mas agora eu ganhei na loteria de ter alugado um apartamento exatamente acima de alguém que decidiu fumar em seu apartamento e mandar o cheiro do cigarro e suas toxinas no ar que eu respiro - dentro da minha própria casa.
Existe uma proibição de fumar nas áreas comuns do edifício, como no hall de entrada e hall de elevadores. Mas para aí, pois quem poderia dizer a outrem o que fazer ou deixar de fazer na sua própria residência? E quem poderia me obrigar a inalar fumaça de cigarro a contragosto?
É, viver em sociedade é mesmo complicado. E fica mais complicado quanto mais próximo vivemos do outro. Mas quem pode viver isolado? O vizinho que `as vezes purturba pode ser o que vai mais ajudar uma hora dessas... será???

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Too much Facebook - texto em Portugues abaixo

Have you seen those articles on how people spend hours on Facebook, Twitter, MSN and have less and less time for real relationships? I have read such articles nodding in agreement, but not considering myself one of them, until... well, until it become evident that I am!
I have moved recently to another city and to a different country altogether. I have been using the internet to keep in touch with old friends. Some days, even though I don't comment on anyone's post nor write anyone a message, I still feel I am in touch with them just by reading what they have posted. But what does this mean to the relationship? The person doesn't even know I've read what he or she posted! And this feeling of being constantly in touch may make me think that I don't need to seek friends in this new place so much. Besides, getting on Facebook is so much easier than making new friendships. Of course this is a much more complex issue, but the point needs to be made.
I can't deny the important role Facebook and other social networks have played on helping me keep in touch with precious friends and also making me reconnect with people with whom I had lost contact completely. But I can't just seat here in front of the computer and think that relationships only happen this way. I need to remind myself that besides the virtual world there is the real world, each one with its pros and cons, but both equally essential to our lives.

Texto em Portugues
Já viu alguma daquelas reportagens sobre como as pessoas tem ficado muitas horas ligadas no Facebook, Twitter, Orkut, MSN, etc e tem deixado de lado - ou tido mais dificuldade em manter - relacionamentos reais ou presenciais?
Eu lia tais artigos balançando a cabeça em afirmação, pensando: é mesmo, tem gente que não sai mais de casa, não encontra os amigos, só fica em casa na frente do computador. Mas eu não achava que eu era uma dessas pessoas, até que... bem, até que ficou evidente que eu sou!
Tendo mudado de cidade (e de país) recentemente, tenho usado a internet para me comunicar com velhos amigos e ficar por dentro do que acontece por lá. Mesmo que eu não escreva um post nem mande uma mensagem para algum amigo, só de ler o que eles postam me faz sentir como se eu estivesse em contato e participando de alguma forma da vida deles. Mas qual será a qualidade dessa interação - se é que posso chamar isso de interação? A pessoa que escreveu o post nem sabe que eu o li! E essa sensação de estar em contato com as pessoas pode me levar a pensar que eu nem preciso tanto ir atrás de relacionamentos "reais" com pessoas que moram aqui, as quais eu possa encontrar e conviver de fato. É claro que essa questão é mais complexa do que isso, mas é um ponto a ser pensado e considerado.
Não posso negar a enorme utilidade do Facebook e outras redes sociais em me ajudar a manter contato com preciosos amigos e reencontrar pessoas que não encontraria de outra forma. Mas também não posso me acomodar nessa cadeira em frente ao computador e esperar que os relacionamentos só aconteçam dessa forma. Preciso me lembrar de que além do mundo virtual também existe o mundo real, cada um com seus prós e cons, mas igualmente necessários na nossa vida.
Eu entro no Facebook várias vezes por dia e me sinto frustrada quando os posts que aparecem são os mesmos que vi da última vez que entrei - sinal de que talvez eu esteja mais no facebook do que as outras pessoas! Ou pelo menos com mais frequencia do que a capacidade das pessoas de atualizarem seus status.
Talvez eu devesse estar passando mais tempo fazendo algo que favoreça o encontro de novas amizades, especialmente daquelas que possam ser presenciais, que demandem convivencia, troca, interação. Dá muito mais trabalho do que entrar no Facebook, mas não são as coisas que dão mais trabalho as que mais valem a pena?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Almoço de domingo/Sunday's lunch-text in English below



Em Oxford, era quase uma tradição: depois da igreja, a galera ia almoçar junto em algum lugar, fosse na casa de alguém, fosse num restaurante. O interessante era que muitas vezes o convidante dizia: "Estou preparando tal prato para o almoço." E mudava-se de assunto. E era só. Você se sentiria convidado ou não? Eu não me sentia convidada. Ficava faltando a frase, "você gostaria de vir conosco?"
E foi assim que deixei de ir em muitos almoços de domingo, até entender que na praticidade e objetividade americana não cabiam gentilezas e firulas. Aquilo era o convite.
O que antes não parecia suficiente agora é mais do que desejado. Não estamos frequentando nenhuma igreja ainda, não temos um grupo de amigos para sair e encontrar de vez em quando, e nem convites para almoços de domingo. Nem ninguém mencionando o que está preparando para o almoço... porque se tivesse eu certamente aceitaria como sendo um convite!

In Oxford it was almost a tradition to go out and eat lunch with friends after Sunday's church service. Very often the inviter would say, I am making such and such dishes for lunch. And that was it, he or she would change the subject. Would you feel invited or not? I didn't. I kept waiting for the phrase, would you like to join us? And that was how I missed uncountable Sunday lunches, until the day I understood that for my American friends that was enough, that was the invitation. 
Now that those "invitations" are absent they became so desired. We are not attending any particular church. We don't have a group of friends to hang out now and then, nor the invitation for Sunday lunch. There is  no one mentioning what they are preparing for Sunday's lunch, but if there was I would certainly accept that as an invitation!